Notícias falsas não são uma exclusividade do século XXI. Através de toda a história há vários episódios em que rumores falsos foram espalhados tendo grandes consequências.Por exemplo:
- O político e general romano Marco Antônio cometeu suicídio motivado por notícias falsas. Haviam falsamente dito a Marco Antonio que sua mulher, a Cleópatra também havia cometido suicídio.
- No século VIII a Doação de Constantino foi uma história forjada, em que supostamente Constantino havia transferido sua autoridade sobre Roma e a parte oeste do Império Romano para o Papa.
- Poucos anos antes da Revolução Francesa, vários panfletos eram espalhados em Paris com notícias, muitas vezes contraditórias entre si, sobre o estado de falência do governo. Eventualmente, com vazamento de informações do governo, informações reais sobre o estado financeiro do pais foram a público.[26]
- Benjamin Franklin escreveu notícias falsas sobre Índios assassinos que supostamente trabalhavam para o Rei George III, com o intuito de influenciar a opinião pública a favor da Revolução Americana.[26]
- Em 1835 o jornal The New York Sun publicou notícias falsas usando o nome de um astrônomo real e um colega inventado sobre a descoberta de vida na lua. O propósito das notícias foi aumentar as vendas do jornal. No mês seguinte o jornal admitiu que os artigos eram apenas boatos.[26]
- Hannah Arendt defendia que o totalitarismo massificou a desinformação.[27]
- Uma contribuição valiosa para a vitória de Eurico Gaspar Dutra na eleição presidencial de 1945 veio de Hugo Borghi, que distribuiu milhares de panfletos acusando o candidato Eduardo Gomes de ter dito: ''Não preciso dos votos dos marmiteiros''. O que Eduardo pronunciou na verdade, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 19 de novembro (menos de um mês antes do pleito, ocorrido em 2 de dezembro), foi: "Não necessito dos votos dessa malta de desocupados que apoia o ditador para eleger-me presidente da República".[28][29] Outros exemplos de fakes na história brasileira podem ser citados, como o Plano Cohen, as cartas falsas atribuídas a Artur Bernardes[30] e o fato de que até mesmo Tiradentes produziu falsas informações.[31]
- No decorrer da Guerra Fria, com o objetivo de confundir e induzir governos e órgãos de informações ocidentais ao erro, a inteligência soviética empregou estratégias conhecidas como Medidas ativas. Estas, usavam contrainformação, manipulação da mídia e desinformação.[32] Dentre as teorias conspiratórias criadas pela URSS para manipular e confundir a mídia e governos de países do ocidente, destacaram-se a operação INFEKTION,[33] que lançou sobre os EUA a culpa pela "criação" da AIDS, as acusações que presidente Kennedy foi assassinado por um complô tramado pela CIA e, que os os estadounidenses não pousaram na Lua.[32] Notícias falsas, forjadas pelos órgãos de inteligência soviéticos por meio de medidas ativas, revelaram-se tão convincentes que algumas ainda continuam recebendo crédito no século XXI.
Entre esses e muitos outros exemplos é possível perceber que esse é um recurso que foi amplamente usado na história, muitas vezes com o propósito de beneficiar alguém ou algum movimento social.